"Após o nascimento, já experimentamos uma forma de existência virtual. O Facebook, como um exemplar contemporâneo da sociabilidade virtual, reflete uma representação fria de um diário. Esse reflexo nos convida à reflexão sobre a fuga à questão primordial: a própria vida, uma vida que é moldada e vivida por meio de uma realidade virtual que antecede a era dos computadores.
Neste vasto cenário cibernético, as relações e interações humanas são configuradas em um ambiente desprovido de tangibilidade, criando uma realidade alternativa que coexiste com a materialidade da existência. O conceito de um "diário virtual" carrega consigo uma dualidade intrigante, onde o ato de compartilhar fragmentos da vida cotidiana pode, por vezes, nos desviar da introspecção e da reflexão acerca do cerne das experiências humanas.
Desde o instante do nosso nascimento, somos lançados em um percurso caracterizado pela interação com o mundo físico, pelas relações interpessoais e pela autodescoberta. No entanto, à medida que nos aprofundamos no oceano digital, essa trajetória é, em grande parte, submergida por uma vida virtual, onde a autenticidade é frequentemente posta em causa, e a intimidade pode ser superficialmente partilhada com uma vasta audiência.
É relevante recordar que, antes da invenção dos computadores, a virtualidade era um conceito distante e enigmático. A ideia de um mundo onde a existência pudesse ser mediada por dispositivos tecnológicos ainda não tinha sido concretizada. Hoje, a realidade virtual e a presença constante nas redes sociais são elementos que redefinem a própria experiência humana.