Ao escolher um postal, o comprador tem a oportunidade de se identificar, de certa forma, com o artista responsável por sua concepção. Seja enviando-o eletronicamente ou por meio tradicional, esse gesto representa a visão de uma paisagem na qual nos encontramos, tornando-se uma afirmação das nossas próprias possibilidades de viajar e, por conseguinte, um símbolo do nosso estatuto social.
Os postais sempre foram considerados uma forma peculiar de comunicação, uma maneira de transmitir uma mensagem sem a necessidade de palavras. Quando nos deparamos com a tarefa de escolher um postal, ficamos perante uma vasta seleção de imagens que capturam paisagens deslumbrantes, monumentos icónicos e momentos únicos de um determinado lugar. Ao observar cada imagem cuidadosamente, somos transportados para o local representado e, por breves instantes, podemos imaginar-nos lá, a vivenciar a beleza e a grandiosidade daquele cenário.
No momento em que selecionamos um postal que nos atrai, algo especial acontece. A identificação com o artista, que expressou a sua visão através daquela imagem, é estabelecida. Podemos sentir uma conexão emocional, reconhecendo a sensibilidade e a perspetiva do autor. Ao escolher o postal, estamos a manifestar a nossa apreciação pela obra de arte, pelo olhar artístico que capturou a essência do local.
A forma como enviamos o postal também influencia a mensagem que queremos transmitir. No mundo digital de hoje, enviar um postal eletronicamente é uma opção prática e conveniente. Basta escolher a imagem, adicionar algumas palavras e clicar num botão para que a mensagem seja enviada instantaneamente ao seu destino. É uma forma rápida de partilhar a nossa experiência com os outros, permitindo-lhes vislumbrar, através de um ecrã, o que presenciamos e apreciamos. No entanto, a praticidade não invalida o facto de que a sua efemeridade pode reduzir o valor emocional e simbólico do gesto.
Por outro lado, enviar um postal de forma tradicional, através dos correios, requer um pouco mais de esforço. Selecionamos o postal, escrevemos uma mensagem à mão, procuramos o endereço certo, selamos o envelope e deixamos que ele siga o seu caminho até ao destinatário. Este processo mais demorado confere ao postal um caráter especial, tornando-o uma prova tangível do nosso cuidado e dedicação. O tempo e a energia investidos demonstram a importância que atribuímos ao destinatário e à mensagem que queremos transmitir.
Independentemente do meio escolhido, ao enviar um postal que representa uma paisagem onde nos encontramos, estamos a afirmar as nossas próprias possibilidades de viajar. O postal torna-se um símbolo do nosso estatuto social, pois indica que temos o privilégio e a capacidade de conhecer diferentes lugares e vivenciar experiências enriquecedoras. É um testemunho da nossa liberdade de movimento, dos nossos recursos e da nossa vontade de explorar o mundo.
Assim, ao escolher um postal, o comprador mergulha numa narrativa visual, na qual se identifica com o artista e se apropria da visão representada. Ao enviá-lo, seja eletronicamente ou via tradicional, manifestamos as nossas possibilidades de viajar, tornando-o um símbolo do nosso estatuto social. Os postais são, portanto, muito mais do que simples cartões ilustrados, são mensageiros que transmitem uma história e representam a nossa relação com o mundo ao nosso redor.